...
O ônibus estava lotado.
Eu, pelo menos, consegui um lugar no coletivo. Minutos mais tarde, subiu um homem de mais ou menos quarenta anos e sentou-se ao meu lado.
Até aí, tudo bem.
De repente, ele começou a me encarar com o olhar, mas disfarçadamente.
"Nada de mais!"
Então ele começou a observar fixamente meu corpo e a acariciar minhas coxas, como se quisesse “me comer com os olhos”. Me senti mal com aquela situação. Quis sair dali, mudar de lugar, mas o ônibus “sufocado” de gente me impedia.
Poderia até me constranger ou me reprimir, mas automaticamente saiu um ”perdeu alguma coisa aqui, nojento?!?” em alto e bom som, tanto que todos do ônibus escutaram, olhando para nós. Ele se assustou e me olhou como: - Enlouqueceu?!?
Pode até parecer óbvio, mas muitas mulheres que passaram por algo parecido não reagiram. E não reagem. Têm medo e, acredite, culpam-se por isso. Mas sabe de quem é a culpa? Do machismo, do preconceito... E de achar que a culpa de um assédio ou até de um estupro contra uma mulher e da vitima, a mulher, de seu comportamento de “piriguete”, de suas roupas curtas e justas.
“Desculpa, mas não é bem assim!”
crônica feita por Milena
PROEMI - Leitura e Letramento - Turma do Matutino
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